Vida

Tendo em conta que uma solução de vida activa condigna é, nos tempos que correm impensável nesta ou em outras aldeias interiores deste (nosso) país, a desertificação é, efectivamente, um facto a lamentar.
Contudo, alguns "resistentes" persistem em fazer vida na aldeia que já teve uma forte actividade rural e que hoje é apenas residual.
Aliás, nota-se a actividade pelo funcionamento ou não de comércios e dos equipamentos sociais como escolas, posto médico e outros, estarem ou não instalados e a funcionar.
Em minha opinião, prefiro que a aldeia seja viva (usada pelas pessoas) e não um relicário do tipo museu muito bem conservado que obedece escrupulosamente à ditadura de preservação da arquitectura mas, morta.


A Junta de Freguesia recuperou para o seu funcionamento o edifício abandonado que serviu em tempos de posto da GNR. Aqui, a par do serviço autárquico, funciona também a estação de correios. Do mal ao menos, pois se assim não fosse, nem GNR nem correios funcionariam.

 Antigo lagar, desactivado desde as novas normas para a produção de azeite, pelo seu tamanho, é uma marca relevante da importância que teve na produção desse precioso óleo, onde não só esta aldeia, mas toda a região dava cartas, produzindo um azeite de qualidade inigualável.

 Também a velha escola do tempo do "botas" e que ainda frequentei durante algum tempo, está desactivada desde a socialização da pobreza que norteia os (nossos) últimos governantes. Hoje, o edifício alberga uma meritória associação recreativa e o clube de caçadores.

 A farmácia, não é bem uma farmácia, é um posto de medicamentos que no fim, dá no mesmo. Não está permanentemente aberta, mas tem um horário que determina os dias e as horas de funcionamento.

O parque das merendas é um equipamento agradável que não serve os medelinenses mas, enfim, serve os passantes que por qualquer motivo viajam por estas bandas.

O comércio tradicional da "Loja da Sofia" contém (quase) tudo o que os habitantes e os forasteiros necessitam.


Longe vai o tempo em que o mercado era pujante de vida e actividade económica. Hoje, é uma zona mal amada onde vive a conunidade cigana da aldeia. Escusado será dizer que as actividades mercantis dessa época já não se realizam aqui.


Textos e Fotos By A.Pires In 2010 e 2011